
Manuel Ventura no Designer in Profile da design et al
Jul 24, 24Por ocasião da nomeação do Essenza como finalista na edição de 2021 dos International Design & Architecture Awards, a revista Design et al entrevistou Manuel Ventura, fundador e CEO da Ventura + Partners. O resultado é uma conversa informal acerca do seu histórico profissional, alguns dos projetos V+ e o futuro do design.

Fale-nos um pouco do seu histórico profissional.
Após concluir a minha formação, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde acabei por descobrir e a ser obviamente influenciado pela arquitetura de Álvaro Siza e todos os modernos internacionais e portugueses, comecei a minha carreira a trabalhar com o arquitecto Manuel Fernandes de Sá e o arquitecto Francisco Barata Fernandes, meus professores e nomes incontornáveis da escola do Porto.
Em 1994 criei a Ventura + Partners, que desenvolve projectos de arquitectura, urbanismo, design técnico e consultadoria. Nos últimos 25 anos, temos vindo a desenvolver projetos de diferentes escalas e nos mais diversos segmentos, como a arquitetura comercial, corporativa, residencial, hoteleira, industrial, de saúde e educação, de transportes e infraestruturas e, ainda, na área do design urbano. Combinando uma experiência sólida com inovação e investigação constante, estamos comprometidos com a procura de soluções sustentáveis e integradas, através do planeamento estratégico. A nossa missão é melhorar a vida das pessoas através da arquitetura, permitindo interações significativas entre elas e o espaço que as rodeia.


Como descreve o seu estilo pessoal de design?
O resultado é sempre único, mas o processo privilegia o desenvolvimento de formas e geometrias que necessitam de ser vividas, favorecendo técnicas de construção tradicional ou investigando processos construtivos inovadores, mas sempre procurando o equilíbrio com a natureza do lugar.
Cada projeto é o resultado de uma resposta técnica e artística dada a um determinado problema. O design é o resultado de muitas experiências acumuladas, um complexo tornado possível pelo consolidar do conhecimento, que é adquirido em antigas e recentes vivências, moldadas em lugares próximos e outros distantes, que marcam a memória. É a alquimia de ligar tudo isso numa resposta criativa a um problema.


De onde provém a sua inspiração de design?
Do exercício contínuo de geometrizar o que a atenta observação analisa do que vê.
Sobretudo a realidade experimentada e vivida e não imagens dessas realidades.
Em que direção acha que o design está a caminhar, num sentido geral?
Penso que se dirige cada vez mais orientado em demasia por importantes questões sociais e políticas, mas que não são as essenciais da arte. É cíclico na história, portanto é uma tendência que também passará. Por outro lado, assiste-se a uma miscigenação galopante de toda a produção artística, a um nível sem precedentes, de um modo demasiado superficial porque maioritariamente o conhecimento advém virtualmente e não é experimentado fisicamente.
